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Melhoria das condições de saneamento de Luanda deve incluir topógrafos e Engenheiros Geógrafos obrig


Imagem de inundação em uma das zonas da cidade de Luanda


Para melhoria das condições de saneamento de Luanda e Angola no Geral é incluir obrigatoriamente Topógrafos e Engenheiros Geógrafos e não como ajudantes de outros.


Na quarta-feira 21 de Fevereiro de 2018 o Governador da Província de Luanda reuniu com Arquitectos e Engenheiros, não me fiz presente por razões de serviços internos a minha Empresa (Topogis, Lda).

De qualquer forma, li atentamente sexta-feira 23 de Fevereiro de 2018 as intervenções positivas do Engº Venâncio.

De acordo a ANGOP, o Governador de Luanda disse: Eu quero que os senhores me dêem soluçãoaosproblemas.ExigiuaosArquitectoseEngenheiros (fonte:http://jornaldeangola.sapo.ao/sociedade/governador__quer_mais_rigor_na_fiscalizacao)

De acordo ao jornal de Angola, o Engº Venâncio em uma de suas intervenções deu exemplo de várias obras ao nível do tráfego rodoviário e de drenagem e colecta de águas residuais, com destaque para as avenidas Ngola Kiluange, 21 de Janeiro, Deolinda Rodrigues e a vala da Senado da Câmara, que considera serem trabalhos com grandes erros de palmatória. Pois defende o mesmo que deve haver uma maior fiscalização profissionalizada e de rigor nas obras, principalmente na rede rodoviária e de drenagem na capital, para se evitarem grandes erros de Engenharia que se verificam nalgumas artérias (fonte: http://www.angop.ao/angola/pt_pt/noticias/sociedade/2018/1/8/Governador-Luanda-exige-fiscalizacao-rigorosa-nas-obras-publicas,f746d586-09cc-4396-a687-fb013b924d19.html)


Que papel desempenha a Topografia nisso tudo?

Considero que o grande problema ainda é a questão do "tudo para ontem" e projectos concebidos sem obedecer a Topografia do terreno, negligência que são por conta de Arquitectos, Projectistas e Empresas de Projectos que concebem projectos executivos sem antes pedirem um levantamento topográfico do local a empresas ou técnicos especializados em Topografia.

Só com um trabalho topográfico (1ª fase Levantamento Topográfico) é que se conhecem as dimensões exactas do terreno, o relevo, linhas de água e outros pormenores existentes no terreno. Todo e qualquer projecto executivo de Engenharia Civil e Arquitectura não deveria se permitir projectar sem antes ter este estudo do terreno que é feito por Topógrafos. E o projecto deve ser concebido obedecendo aos dados fornecidos pelos topógrafos, melhor mesmo por cima do Levantamento Topográfico.

A importação de projectos executivos do exterior concebidos em imagens do Google e sem obedecer o dito anteriormente gera também os problemas que estamos a assistir no KK 5000 e outros em Angola em que quando chove as águas atingem o nível que atingem pois o projectista não levou em conta os dados Topográficos (Altitudes, dimensões, linhas de água).

A questão das fissuras nas Cidades do Kilamba e outras já eram de se prever porque a sua construção também não obedeceu serviços topográficos como o monitoramento dos edifícios na fase da sua construção.

Os desastres como a caída do edifício da DNIC, a desmonoramento da ponte do Cavuquila em Cacuaco e outros desastres podem ser evitados ou minimizados através de um projecto de monitoramento de estruturas, que tem como objectivo produzir informações relativas ao comportamento da estrutura e através de dados colectados em campo tornando possível definir agentes causadores do problema e permitir planear o tipo de intervenções mais adequada (adaptado de

O uso da topografia no processo de monitoramento de estruturas é aplicável em áreas onde podem ocorrer o deslizamento de terras, fundação de edifícios, controle de barragens, monitoramento de pontes, túneis, torres de transmissão.

O monitoramento estrutural pode ser aplicado de forma permanente, contínua, periódica ou periodicamente contínua, dependendo do comportamento de estruturas (GLISIC INAUDI, 2003).

Vivaldo Augusto Sócio Gerente e responsável de trabalho de campo na Topogis, antes mesmo de se juntar a nossa equipa trabalhou em Empresas como, TERVIA, SOMAGUE, TECNASOL e AURECOM, nas duas últimas foi o topógrafo principal a executar trabalhos de monitoramento de alguns edifícios que foi se erguendo na cidade de Luanda, actualmente tudo e qualquer trabalho do género que a nossa Empresa recebe ele dirige as equipas.

É de sua opinião que muitos projectos deveriam cumprir com tais processo construtivos não os cumprem e poderemos ver mais resultados de desabamento, fissuras, deslocamentos descontrolados em todo o país.

Topógrafo em trabalho de monitoramento na fase da fundação de um edifício na cidade de Luanda


De salientar que vários trabalhos académicos já foram apresentados como trabalho de fim de curso abordando assuntos sobre monitoramento na faculdade de Ciências no curso de Engenharia Geográfica assim como na semana da Engenharia Geográfica no ano de 2016.


Outro ponto crucial que foi levantado nesta reunião foi a questão de controlo da ocupação de solo, tal que deve ser revitalizada com responsabilidade e discernimento. Estará a se falar no vazio sobre este assunto caso não sejam tido e achados para resolução deste problema os Engenheiros Geógrafos, estes, sugeririam a actualização cartográfica da cidade (cujo órgão responsável seria o IGCA), juntando para tal técnicos e empresas do sector. Sem termos na tela ou em papel a distribuição espacial de uso e ocupação do solo nunca conseguiríamos solucionar tal problema, a questão seria ter mesmo uma cartografia de base (não apenas imagens ou fotogrametria aérea) que auxiliaria os projectistas, arquitectos e os urbanistas poderem conceber os seus projectos de forma ordeira.


No ano de 2012, a Topogis levou a cabo um Projecto de Mapeamento Turístico, técnico a Escala de 1:25.000, trabalho este que poderia servir como base para a Toponímia da Cidade, e usado nas instituições de ensino que leccionam quer Engenharia quer Arquitectura quer Engenharia Geográfica.

Este projecto já foi apresentado no Governo Provincial de Luanda pela Engª Geógrafa Maria Da Costa (analista SIG-Topogis, Lda) no ano de 2016 para servir como base de Construção de um Sistema de Informação Geográfica que ajudaria o GPL gerir a Cidade de Luanda, o Sistema poderia ser alimentado com mais atributos, o projecto foi aceite pela positiva e com reuniões com técnicos e consultores da Comissão da Cidade de Luanda mas, e como é em muitos casos no nosso País de pé para mão tudo ficou no silêncio sem contactos, sem comunicação, mudança de cargos, etc. (conhece o projecto Mapeia minha Cidade)

É de salientar que como contribuição para o estado a Topogis já apresentou muitas desde projectos relacionado a formação e consultoria que apenas 0,1 % do mesmo se concretizou pois achamos nós que deve também se ver a questão do "todos fazem tudo" causando assim o mal andamento de projectos no País pois já o antigo Governador Bento Bento apresentou queixa ao seu substituto, General Higino Carneiro e actualmente o Governador de Luanda Adriano Mendes De Carvalho no dia em que o Presidente da República fez a visita de Campo em Luanda também apresentou tal constrangimento de todos fazerem tudo inviabilizando assim aquilo que cada instituição deve fazer.


Ainda sobre o processo dos assentamentos, um Sistema de Informação Geográfica deve ser desenvolvido para cada Administração Municipal com orçamentos reais e sem interferência de todo mundo (chefes).


Falo isto porque no ano de 2015 saiu o Decreto Presidencial nº 55/15 de 4 de Março que estabelece a organização e funcionamento dos órgãos da Administração Local do Estado da Província de Luanda. Cujo Estatuto Orgânico da Administração Municipal de Luanda no seu artigo 11º ponto 2 diz o seguinte:


c) Actividades ligadas ao cadastro, cartas cadastrais de detalhe, levantamentos topográficos, plano director de Informação Geográfica e Toponímia;

d) Assegurar a base de dados alfanuméricos, atinentes a geração de cadastros de imóveis, geração de cadastro para o imposto de selo, geração de cadastro de alvarás...

continua (consultar o decreto nº 55/15 de 4 de Março 2015 ).


O grande problema são as interferências, os lobings e a falta de organização de certas instituições públicas onde cada técnico não se limita em fazer o seu trabalho mas, a sua maioria tornam-se imobiliários e garimpeiros fazendo trabalhos que deveria ser feito por técnicos e/ou Empresas credenciadas . Pois muitos deles largam o seu local de trabalho para se tornarem cadienguistas desestruturando assim a máquina do Estado.


De leis temos muitas e boas, técnicos e engenheiros formados temos aos milhares cuja maioria está no desemprego, falta-nos melhor gestão, organização do estado, combate a corrupção e ao nepotismo com concursos públicos claros, incentivo do sector económico, fiscalização. Quando isto for minimizado / resolvido os projectos funcionarão em pleno, a taxa de emprego aumenta, cada pessoa fará o seu trabalho, reduzir-se-à ou não haverá absentismo nas empresas quer públicas quer privada pois as pessoas trabalharão por gosto e não por necessidade e aí sim tudo fluirá / funcionará.


UPS. Não sei se viajei no País das maravilhas.

Juntos podemos, juntos somos mais forte.

Angola Avante...

Sobre o autor:

ROSÁRIO DILO,
Fundador da TOPOGIS, LDA, Engenheiro Geógrafo formado pela Faculdade de Ciências da Universidade Agostinho Neto. Com os cursos básicos de Urbanismo, pelo Cefoprof– MINCONS; Trasporte e Abastecimento de Águas, pela UNESCO-IHE (Institute for Water Education); Segurança No Trabalho, pelas Nações Unidas - UNDSS (United Nations Department of Safety and Security); Processamento de Imagens de Satélite, pela NASA_Arset.
Trabalhou como Consultor Nacional pela FAO (Fundo das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), em um projecto do Ministério das Pescas, Governo de Angola. Palestrou em eventos organizados por instituições nacionais, brasileiras e portuguesas.

 
 
 

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